top of page

Da série "fotógrafos que você precisa conhecer": Ara Güler

  • Foto do escritor: Alexandre
    Alexandre
  • 3 de nov. de 2023
  • 3 min de leitura

Ara Güler nasceu em Istambul, numa família armênia, em 1928. Estudou no Liceu Armênio Getronagan em Karaköy. Seu pai tinha um amplo círculo de amigos do mundo das artes que inspirou o jovem Ara a abraçar uma carreira no cinema, no entanto abandonou-a em favor do jornalismo, ingressando no jornal Yeni Istanbul como fotojornalista em 1950, enquanto estudava economia na Universidade de Istambul. Posteriormente mudou-se para o jornal Hürriyet.


ree

Em 1958 a empresa jornalística americana “Time Life” abriu uma delegação na Turquia e Güler tornou-se o seu primeiro correspondente para o Oriente Médio. Rapidamente teve encomendas de trabalhos para o jornal “The Sunday Times” inglês e para as revistas Paris “Match” (francesa) e “Stern” (alemã). Após terminar o serviço militar em 1961 foi chefe do departamento de fotografia da revista turca “Hayat”. Ainda em 1961 conheceu Henri Cartier-Bresson e Marc Riboud, que o convidaram para a Agência Magnum, quando foi considerado um dos sete melhores fotógrafos do mundo pela revista inglesa “Photography Annual”. Teve trabalhos seus no “British 1961 Photography Yearbook” e foi aceito como único membro turco pela “American Society of Magazine Photographers”. A revista suíça “Camera” homenageou-o com um número especial.

Na década de 1960, foram usadas fotografias de Güler para ilustrar livros de vários autores notáveis e o artista figurou em várias exposições por todo o mundo. Seus trabalhos figuraram na exposição “10 Mestres da Fotografia a Cores” organizada em 1960 no MoMA de Nova Iorque e na feira “Photokina” de Colônia. Seu livro “Türkei” foi publicado na Alemanha em 1970 e fotografias suas sobre arte e história de arte apareceram nas revistas “Time”, “Life”, “Newsweek” e “Horizon” e em publicações da “Skira” da Suíça.

Güler fez trabalhos no Irã, Cazaquistão, Afeganistão, Paquistão, Índia, Quênia, Nova Guiné, Bornéu e em toda a Turquia. Nos anos 1970 fotografou políticos e artistas como Winston Churchill, Indira Gandhi, Maria Callas, John Berger, Bertrand Russell, Willy Brandt, Alfred Hitchcock, Ansel Adams, Imogen Cunningham, Marc Chagall, Salvador Dalí e Pablo Picasso. Alguns críticos consideram as suas fotografias mais conhecidas as imagens melancólicas a preto e branco na sua maioria tiradas com uma câmera Leica em Istambul, sobretudo nos anos 1950 e 1960.

Há fotografias de Güler em várias das mais importantes galerias do mundo, como a Biblioteca Nacional da França (Paris), o Museu George Eastman (Rochester, Nova Iorque), o Museu de Arte Sheldon (da Universidade de Nebraska-Lincoln) e o Museu Ludwig (Colónia). O arquivo pessoal de Güler tem mais de 800 000 diapositivos.

Na década de 1970 Güler trabalhou em cinema, dirigindo o filme “The End of the Hero”, baseado num relato ficcionado do desmantelamento em 1973 do “TCG Yavuz”, um cruzador, primeiro alemão e depois turco, da Primeira Guerra Mundial.

Em 2018, ano de sua morte, foi inaugurado em Istambul um museu onde estão expostas algumas das suas obras.

Ara Güler atribuía grande importância à presença humana nas suas fotografias e descrevia a si próprio como um "historiador visual". Disse certa vez: “quando estou a tirar uma fotografia de Santa Sofia, o que importa é a pessoa que está a passar que fica para sempre”. Acreditava que a fotografia devia oferecer uma memória das pessoas, das suas vidas e especialmente do seu sofrimento. Embora considerasse que a arte mente, acreditava que a fotografia reflete uma face da realidade. Abraçou a carreira do fotojornalismo porque não dava muito valor à fotografia como arte.


ree

ree

ree

ree

ree

Comentários


© 2020 por AOP FOTOGRAFIA

  • Facebook ícone social
  • Instagram ícone social
bottom of page