Da série "fotógrafos que você precisa conhecer": Graciela Iturbide

Graciela Iturbide (Cidade do México,16 de maio de 1942) é uma fotógrafa mexicana. A mais velha de treze filhos, ganhou sua primeira câmera quando tinha 11 anos. Casou-se com o arquiteto Manuel Rocha Díaz em 1962 e teve três filhos nos oito anos seguintes.

Em 1970, após a trágica perda de sua filha Claudia de seis anos, vai estudar fotografia no Centro Universitario de Estudios Cinematográficos da Universidad Nacional Autónoma de México, com a intenção de se tornar diretora de cinema. O grande fotógrafo Manuel Álvarez Bravo era professor na universidade e tornou-se seu mentor. Ambos viajaram entre 1970 e 1971 e Iturbide aprendeu que "sempre há tempo para as fotos que você quer". Em 1971 foi premiada com uma bolsa de estudos no Guggenheim College.

Iturbide fotografa o quotidiano, quase inteiramente a preto e branco. Ela se inspirou na fotografia de Josef Koudelka, Henri Cartier-Bresson, Sebastião Salgado e Manuel Álvarez Bravo. Seus autorretratos refletem e mostram especialmente a influência de Bravo e brincam com inovação e atenção aos detalhes. Ela se interessou pela vida cotidiana das culturas e povos indígenas do México (os Zapotecas, Mixtecas e Seri) e fotografou a vida na Cidade do México, Juchitán, Oaxaca e na fronteira mexicano-americana. Com foco na identidade, sexualidade, festas, rituais, cotidiano, morte e papéis das mulheres, as fotografias de Iturbide compartilham histórias visuais de culturas em constantes períodos de transição. Há também justaposição em suas imagens entre a vida urbana versus rural e a vida indígena versus moderna. A principal preocupação de Iturbide tem sido a exploração e investigação de seu próprio ambiente cultural. Ela usa a fotografia como forma de entender o México; combinando práticas indígenas, práticas católicas assimiladas e comércio econômico externo em um único escopo.