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Da série "fotógrafos que você precisa conhecer": Robert Capa

  • Foto do escritor: Alexandre
    Alexandre
  • 28 de out. de 2023
  • 3 min de leitura

Endre Ernő Friedmann é um dos nomes mais contundentes da história da fotografia, tanto por seus feitos e vida pessoal quanto por suas capturas magistrais.

Nunca ouviu falar nele? Talvez não com seu nome real, mas seguramente já como Robert Capa!


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Desde adolescente na Hungria, no final dos anos 1920, Endre já sentia-se atraído pelos ideais marxistas, o que resultou em sua prisão e fuga para Berlim, onde estudou na Faculdade de Ciências Políticas e aproximou-se do meio jornalístico. Foi assim que conseguiu seu primeiro trabalho no ramo, na "Deutscher Photodienst", à época a maior agência de jornalismo alemã.

Do jornalismo para a iniciação na fotografia foi apenas uma questão de necessidade e de características pessoais inatas; seu espírito indomável e facilidade de comunicação o levaram a conseguir fotografias exclusivas de Leon Trotsky durante um congresso na Dinamarca em 1931. Todavia a ascensão nazista e o fato de ser judeu obrigaram Endre a deixar Berlim, rumo primeiramente a Viena e, logo depois, a Paris.


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É na capital francesa que Endre torna-se Robert Capa, que soava mais anglo-saxão que seu nome de batismo - o que era até mesmo uma questão de sobrevivência em tempos de extrema intolerância, O novo sobrenome inventado foi inspirado em seu apelido nos tempos da escola na Hungria, "tsapa", que significa "tubarão".

Em 1934 encontrou a jovem e talentosa Gerda Taro, e juntos criam um personagem com o novo nome de Endre. Assim Robert Capa torna-se um repórter mítico de nacionalidade norte-americana. Na Europa a jogada dá certo e o nome de Robert Capa rapidamente torna-se célebre. É assim que, em 1936, Capa e Gerda partem para cobrirem juntos a guerra civil espanhola. Foi então que Robert Capa fez uma de suas fotos antológicas, batizada de "morte de um miliciano". Todavia nesse conflito ocorre uma tragédia: Gerda é acidentalmente atropelada por um veículo pesado das forças de resistência espanhola e morre precocemente, tornando-se a primeira fotógrafa de guerra da história a perder a vida em um conflito.


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Capa fica desolado com a perda da companheira e se atira de corpo e alma na cobertura fotográfica de conflitos; em 1938 vai à China para fotografar o conflito sino-japonês, retornando à Espanha em 1940, logo que a França cai sob o jugo nazista. Com a escalada incessante da segunda grande guerra, Capa deixa a Europa rumo aos Estados Unidos e passa a trabalhar para a revista "Life". Nos anos seguintes, como correspondente da publicação estadunidense vai até a Inglaterra e a Argélia, sempre em missões fotográficas.

Em Junho de 1944 atingiu o auge de sua carreira na fotografia ao cobrir fotograficamente o desembarque aliado na Normandia, o chamado "Dia D". Lá fez aquela que, mesmo tremida, foi considerada a foto do século, retratando o intenso conflito na praia.


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Depois da guerra e em conjunto com outros grandes e renomados fotógrafos como David Seymour, Henri Cartier-Bresson e George Rodger, funda a lendária agência Magnum, mais precisamente em 1947. Capa inicialmente dedica-se à organização da agência, mas sua sede de ação o empurra rapidamente para a volta ao trabalho de campo.

E foi assim, cobrindo seguidamente batalhas e conflitos, que Capa encontra a morte aos 40 anos de idade, durante a Guerra da Indochina, em 25 de maio de 1954, ao pisar uma mina terrestre. Seu corpo foi descoberto com as pernas dilaceradas, porém simbolicamente a câmera permanecia entre suas mãos.

Algumas imagens de Capa foram postumamente contestadas como frutos de ensaios e poses. No entanto nada diminui a grandeza de sua obra, sua bravura e defesa de ideais progressistas de um mundo melhor.

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